06/07/2025 | Internacional
Representantes do setor privado do BRICS entregaram uma lista com 24 recomendações de políticas públicas aos chefes de Estado dos países que integram o bloco, presidido pelo Brasil em 2025. A cerimônia de entrega foi na Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, neste domingo (6). É a primeira vez, desde a criação do BRICS, que o setor privado apresenta recomendações objetivas ao bloco.
As medidas são para aprimorar os laços comerciais, o desenvolvimento de inovação e tecnologia, a conexão de infraestrutura, a sinergia regulatória, a transição energética e a equidade de gênero entre os países-membros.
As recomendações resultam do trabalho conduzido ao longo do ano pelo Conselho Empresarial do BRICS (BRICS Business Council – BBC, na sigla em inglês) e pela Aliança Empresarial das Mulheres do BRICS (Women’s Business Alliance – WBA), ambos secretariados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante o comando brasileiro do BRICS.
A construção das propostas considerou os principais desafios e as oportunidades de avanços, com a participação de mais de 1 mil representantes do setor produtivo e especialistas das 11 nações que compõem o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, Emirados Árabes, África do Sul, Indonésia, Etiópia, Irã, Egito e Arábia Saudita.
A expectativa do Brasil é que a sistematização e padronização das recomendações contribua para o acompanhamento das entregas esperadas.
Entre as recomendações gerais, estão a criação de um programa conjunto para a recuperação de áreas degradas por meio de agricultura regenerativa; a ampliação de rotas aéreas entre os países; a aceleração do uso de energias renováveis, inclusive de oferta de combustível sustentável para aviação; o aumento de oferta de qualificação de pessoas para tecnologias verdes; e a expansão de oferta de crédito para pequenos e médios negócios.
"Sob o lema Cooperação empresarial para um futuro inclusivo e sustentável, o relatório de 2025 apresenta recomendações objetivas do setor privado que contribuem de forma concreta para fortalecer o ambiente de negócios nos nossos países”, afirma Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer e presidente da Seção Brasileira do Conselho.
Mulheres no BRICS
Já as recomendações para inclusão e desenvolvimento de mulheres, pelo WBA, as medidas visam a melhorar serviços e o acesso à saúde; a ampliação do crédito para empresas lideradas por mulheres; estimular a inserção de mulheres em carreiras tecnológicas e na indústria criativa.
"A WBA é uma iniciativa inédita de fortalecimento da representatividade das mulheres não apenas nos negócios, mas no desenvolvimento social e econômico do BRICS, pois avançar na inclusão e na equidade de gênero tem reflexos positivos para todos. É fundamental construir políticas transversais que apoiem a atuação das mulheres nas empresas, na economia digital e criativa e, também, que garantam acesso à saúde", afirma Mônica Monteiro, vice-presidente Comercial e de Novos Negócios da Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC, e presidente global do WBA durante a gestão brasileira.
Conheça os mecanismos
Criado em 2013, o Conselho Empresarial do BRICS é composto por representantes das principais entidades e empresas privadas dos países membros. Em 2025, o BBC operou sob a presidência brasileira com nove Grupos de Trabalho que cobriram setores estratégicos como Agronegócio, Aviação, Economia Digital, Energia, Finanças, Infraestrutura, Manufatura, Inovação, Comércio e Qualificação Profissional.
Já a WBA, fundada em 2019 pelos Chefes de Estado do BRICS, promove a liderança feminina e a inclusão econômica por meio de seis Grupos Temáticos que tratam de Segurança Alimentar e Ambiental, Economia Criativa, Saúde, Turismo, Economia Inclusiva e Desenvolvimento Inovador.
Conheça as recomendações do Conselho Empresarial do BRICS:
Recomendações da Aliança Empresarial das Mulheres do BRICS (WBA)
O Fórum Empresarial do BRICS
O Fórum Empresarial do BRICS é uma plataforma para o avanço da cooperação diante dos desafios globais que reúne esforços dos países membros para promover uma agenda baseada em inovação, sustentabilidade e inclusão econômica. O evento conta com os patrocinadores XCMG, DP World, Keeta, WEG, Embraer, Vale, Febraban, Mebo International, Marfrig/BRF, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Social da Indústria (SESI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), além do apoio institucional do Conselho Nacional do Sesi, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Natura, do SEBRAE, da ApexBrasil e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Texto: Fernando Moreira / CNI
Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR
Da Agência de Notícias da Indústria